sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Fanfic: POSSIBILIDADES - Parte 3

Ela está discursando.
Ele chega à porta do salão, porém não o deixam entrar. Tenta de todas as maneiras. No entanto, em vão. O jeito foi esperar a sessão terminar.

A ansiedade o deixava inquieto. Quando a viu sair foi em sua direção. Para um momento esperando que ela o olhasse. Ela está conversando com uma pessoa passou por ele e pareceu não perceber. Ele parte em sua direção e a chama. Ela ignora. Ele pondo-se à sua frente:

- Scully, não está me ouvindo?

Ela, olhando interrogativamente para ele, permanece calada.

- Scully, o que há com você? Não vai dizer nada?

- Senhor, eu o conheço de algum lugar?

Como se alguém tivesse jogado um balde de água gelada sobre ele;era assim que se sentiu naquela hora.

- Scully, sou eu, Mulder.

- Me desculpe, mas está me confundindo com outra pessoa.

- Não. Não estou não. – Disse ele pegando em seu braço- Venha comigo.

Ela imediatamente se solta e seu colega parte para cima de Mulder pegando-o pelo colarinho.

- O Senhor não ouviu o que ela disse? Por que não sai daqui antes que eu chame a segurança?

Mulder sentiu desejo de esmurrá-lo, mas conteve-se. Decidiu sair. Estava atônito. Scully não o reconhecera. Sua cabeça começava a doer. Precisava sentar. Foi até o saguão do hotel e permaneceu ali sentado, tentando pôr em ordem seus pensamentos. Ficou assim alguns minutos e, quando percebeu que Scully estava saindo, foi em sua direção.

Ela acena para um táxi. Ele, de longe, a observá-la, a segue. Neste momento, começa a garoar. Ao chegar em frente ao Comfort Hotel, o táxi dela para. O dele também. Saindo do carro correndo ele a impede de entrar no hotel, segurando-a novamente.

- Eu preciso falar com você, Scully. Por favor! Há algo acontecendo e não sei o que é. Você não se lembra de mim?

- O senhor está me seguindo? E insiste em dizer que eu o conheço? Por favor digo eu. Deixe-me em paz. Não o conheço. Será que ouviu? Não posso ajudá-lo. O senhor decididamente está me confundindo.

Ela faz um sinal para o segurança do hotel, que vem em sua direção. Mulder a solta e se afasta. Scully, então, corre para dentro. Mulder permanece parado na calçada. A chuva caía, ele parecia não se importar. Na verdade parecia perdido.

Mulder caminha pela calçada e pensa:: “Teria viajado no tempo? Não, pois continuava em janeiro em 2003.” Recorda-se, então, do último momento antes disto tudo ocorrer. Lembra-se da viagem, da chegada ao motel, da noite de amor que os dois tiveram e de como estava angustiado e... e ... não pode ser. E pensou que se tivesse uma oportunidade de escolher outra vida para Scully, escolheria que ela fosse feliz. “Ah meu Deus !” Espanta-se. “Será que era isso? Seu desejo tornou-se realidade? Mas como isso seria possível? Só o fato de desejar algo, poderia acontecer?”

Porém, ele lembra-se que não foi apenas um simples desejo. Seu coração queria ardentemente ver Scully feliz, com uma vida melhor, tudo aquilo que ele não poderia dar a ela. Uma vida normal. Mas isso não dependia das escolhas dele. Foi isso que aconteceu? Será esta a vida que eles teriam se tivessem feito escolhas diferentes?

Pensando nisso, vai ao hotel novamente para falar com ela. Conseguiu o número do apartamento dela. Afinal, era Diretor do FBI e tinha seus meios.

Toca a campanhia do quarto. Mulder não sabia direito o que ia dizer, mas tinha de, algum modo, convencer Scully do que se passava. Um homem abre a porta e olha para aquele sujeito todo molhado em pé à sua frente.

- O que deseja?

- Hã... A senhora Scully está?

- Senhora Scully? – perguntou o homem surpreso.

- Sim, a Dr. Dana Scully.

- Desculpe-me. É que há muito não a chamam por Dana Scully. O senhor é...

- Sou médico. Estava na conferência e não deu tempo de conversar com ela. Queria parabenizá-la pelo que apresentou e trocar algumas idéias.

Mulder ouve uma porta se abrir.

- Brad – é Scully - Amor, quem está aí?

Mulder não acredita no que ouve. Instintivamente, olha a mão do homem que o atendeu e vê uma aliança. Sua reação é sair mais do que depressa dali. Nem se despede. Ruma, apressadamente, para o elevador. Scully não teve tempo de ver que o homem que o seu marido atendia era o mesmo que a seguira.

- Quem, meu amor? Perguntou ela.

- Disse que era médico e queria conversar com você. Tinha lhe visto na conferência do Hotel. Mas foi embora tão de repente... Parecia que estava fugindo de algo.

- Que estranho. - Disse ela - E passou por sua mente se não seria o mesmo homem que a estava importunando. Sentiu-se impelida a falar com Brad sobre o assunto, porém relutou e decidiu não lhe contar.

- Vamos jantar? -Perguntou Brad agarrando-a pela cintura e dando-lhe um beijo no pescoço.


- Excelente idéia. Poderíamos aproveitar e dar um passeio pela cidade.

- Não sei. Estou esperando um telefonema. Sabe aquela paciente minha que estava mal? Bem, ligaram-me, enquanto você estava na conferência, e disseram que ela piorou. Talvez eu tenha que voltar hoje mesmo para Boston, para que possa operá-la amanhã pela manhã.

- Puxa vida! Será que você não merece um descanso?

- Vida de médico é assim mesmo, querida. Você tanto quanto eu sabe muito bem. Mas por enquanto, vamos ao nosso jantar.


- Ok. - Falou Scully fazendo biquinho de choro e agarrando-o - Que pena! Vou, então, desfrutar de você enquanto seus pacientes me permitem.

Ela tinha saído do banho e ainda estava de roupão. Brad não tem muito trabalho, por isso, em despi-la. O jantar podia esperar mais um pouco. Seus pacientes também.

Mulder está deitado no escuro em seu quarto quando Diana entra. Ele tentava entender, desde o momento em que deixara o hotel, o que poderia estar ocorrendo. Diana senta na extremidade da cama. Fica olhando para Mulder até que diz:

- O que está havendo com você? Não consegui achá-lo durante todo o dia.

- Não há nada de errado. Respondeu ele com ar cansativo. Só estou cheio de toda esta história.

- Mas você não pode deixar os outros, assim, sem saber onde está. Precisam de você para resolver os problemas.

- O assassinato do tal super-soldado? Existe gente mais qualificada do que eu para isso.

- Do que está falando, Fox?

- De nada. Como disse, estou exausto.

Ela permanece fitando-o. Não sabe o que se passava com ele. Já estava acostumada com seu jeito calado e instropectivo. Às vezes, era difícil lidar com suas inquietações. Por isso, procurava sempre fazer com que ele se abrisse, pois o amava.

Mulder permanece inerte, sem dizer palavra. Diana, então, aproxima-se dele. Deita-se ao seu lado. Passa as mãos por seus cabelos macios. Beija-lhe a testa. Podia sentir sua respiração. Ele continua sem fazer nenhum movimento. Ela beija-lhe levemente os lábios. Num primeiro momento Mulder não esboça reação, no entanto seu coração bate forte. E um desejo intenso fez-lhe arrepiar o corpo e uma vontade de amar aquela mulher lhe toma conta. Num gesto carinhoso abraça-a e retribui o beijo que lhe dera. Num ato de paixão e entrega os dois corpos começam a se acariciar e despir-se mutuamente.

Porém, num rompante, Mulder afasta-a de si. Sai do quarto e desce as escadas sem saber por que e para onde ir. Senta-se no sofá em frente à lareira. Levanta-se e vai em direção a ela. Algo lhe chamara atenção. Alguns porta-retratos estavam dispostos ali. Para e começa a olhá-los.

A primeira foto continha ele e Diana sentados num lugar que parecia um jardim público. Ele se lembra de onde era, uma cidadezinha chamada Cold Cape. Estava realmente muito frio. Seus rostos na foto transpareciam alegria. E estavam mesmo felizes. Ele se lembrava de cada foto ali. Cada situação mostrada por elas trazia-lhe à mente a lembrança vivida por ele daqueles momentos. Mas como? Como isso era possível?

Diana permaneceu no quarto, na cama. Não desceu para saber o que houve, o que estava havendo. Talvez, soubesse que não obteria respostas; e estava vencida pelo cansaço.
Mulder dormiu no sofá. Acordou com o toque do telefone. Era Jeffrey. Precisava falar com ele urgente.

19 de janeiro
07 horas e 15 minutos
Quartel General do FBI
Sala do Diretor Assistente Fox Mulder

Quando Mulder chegou Jeffrey já o estava esperando.

- Bom dia, agente Spender.

- Não sei se o dia vai ser bom ou mau. Isso dependerá de muitas coisas.
“Pelo jeito Jefrey continua antipático”. Pensou Mulder.

- Bem, o que há de tão urgente para querer falar comigo tão cedo?

- Primeiro diga-me o que há com você, Fox. Não consegui localizá-lo ontem o dia inteiro. E parece que nada tem a fazer por aqui. Anda tranqüilo demais.
- E o que sugere que eu faça? Você deve ter algo há me dizer para me chamar aqui uma hora dessas.

- Olha, temos nossas diferenças. Porém se tem algo em mente precisa nos dizer. Acha que agir sozinho vai ajudar em alguma coisa...

- Não estou pensando nada. Muito pelo contrário, estou até aceitando sugestões. Afinal, penso que quem tem que resolver este caso seja você. Afinal de contas, você conhecia muito bem Gabriel Burns. Se ele foi morto por um de nós, como suspeita, você pode nos dar mais informação do que qualquer outra pessoa.

- Não estou entendendo aonde quer chegar. Seja mais direto.

- Estou sendo direto. Você sabe disso muito bem. Como disse, temos nossas diferenças. Mas nem por isso não nos entendemos.

Mulder estava fazendo jogo com Jeffrey. Não porque não soubesse o que estava havendo ou como agir. Pelo contrário. Parecia seguro de si, seguro de sua posição, da situação. Por um momento ele mesmo não percebeu isso.

Jeffrey olhava para ele com desconfiança. O que Mulder queria dizer com aquelas palavras? Sabia que Fox Mulder era inteligente. Não fora à toa que chegou ao cargo de Diretor Assistente, e, podia ir mais longe. Seu pai confiava muito nele, era o filho preferido, seu motivo de orgulho. E fazia questão de deixar bem claro para eles isso. Por fim falou:

- Podemos resolver isso juntos.

- É mesmo? Como? Disse Mulder com ar sério.

- Gabriel Burns era um super-soldado advindo da primeira experiência como você sabe. Não era tão evoluído assim. Presumo que alguém esteja fazendo vazar informações sobre as fraquezas de nossos primeiros soldados.

- Como andam as investigações a respeito? Conseguiram alguma coisa no local da morte? Pelo que pude perceber das primeiras investigações, não houve arrombamento, sinal de luta e Gabriel não esperava morrer. Havia alguém no local, alguém que ele conhecia e muito bem. Alguém em que ele confiava. O que você me diz?

- De tudo isto nós já sabemos. O que interessa-nos descobrir é como esta pessoa conseguiu as informações para matá-lo. Ela deve ter acesso às nossas informações secretas. Mandei checar tudo sobre as últimos contatos de Burns para chegarmos até a última pessoa que esteve no local.

- E pelo jeito está difícil.- Mulder olhando com ar de ironia para Jefrey.

- Ninguém viu qualquer pessoa entrar naquele apartamento ou sair.

- E...

- O que quer dizer? - Perguntou Spender meio irritado.

- Você me chama aqui para falar tudo que já sabemos e não acrescentar nada? Foi para isso que me ligou. Por favor, Jefrey... Quando tiver algo mais concreto ou tiver pego quem matou Gabriel , então, venha falar comigo.

Mulder levanta-se da cadeira e faz menção de sair quando Jefrey diz:

- Será que você não consegue deixar de ser tão individualista, tão presunçoso? Se tem alguma idéia do que possa estar ocorrendo, senhor Diretor, por que não fala?

Mulder:

- Como você disse, sou o Diretor. Não tenho que lhe dar satisfação e sim você a mim.

Mulder sai e deixa Jefrey sozinho na sala. Percebeu no olhar do irmão uma coisa que não soube identificar.

A verdade que ele não estava nem reconhecendo a si mesmo. Primeiro foram aquelas fotos dele e de Diana pareciam que realmente tinha vivido aqueles momentos. Agora este caso do super-soldado não leu nenhuma informação a respeito e lembrava de fatos que no dia anterior eram estranhos a ele.
Sai do prédio do FBI. Na noite anterior, pensou algo que poderia explicar o que estava acontecendo com ele.

9 horas e 24 minutos
Casa do senhor Moonwalker

Mulder toca a campanhia. Um homem de cabelos grisalhos olha pela janela. Abre a porta com um sorriso nos lábios, o que tranquilizou um pouco. Mulder observava-o. Sua aparência era de idade avançada, não transparecia cansaço ou enfado. Em seu olhar habitavam uma alegria e serenidade.

- Em que posso ajudá-lo?

- Senhor, Moonwalker?

- Sim.

- Sou Fox Mulder. Preciso lhe falar.

Uma interrogação manifestou-se na face do homem. Mulder percebeu.

- Eu li certo dia sua teoria na internet, sobre viagem através do tempo. Gostaria de conversar a respeito. Eu necessito muito de sua ajuda.

Link: Possibilidades Parte 1
Possibilidades Parte 2

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